quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O pequenino analista e a mãe ou ...não me chame de "meu amor"!

A mãe, recém separada, não percebe que se apega demasiadamente ao filhinho de 3 anos.
Abraça, aperta, carrega pra lá e pra cá, até que um dia....
- Mamãe, me faz um favor?
-??? Claro, meu amor!
- Pode me chamar de "meu filho", "meu filhinho", de Leo, de "Lequinho".
-Não me chame de "meu amor', de "meu querido", de "meu benzinho", porque estas coisas a gente fala é pra namorado, tá?
-!!!!!!
A mãe se recolheu às suas questões, às quais, e só a elas, devia atentar, com a ajuda do pequenino analista !

sábado, 8 de janeiro de 2011

Falcon, a boneca dos meninos! Saída criativa para se haver com a interdição...


Feliz da vida com seu brinquedinho mais querido, solicitado com vigor ao Papai Noel, lá pelos anos 80, Leo (o garotinho devia ter seus 5 a 6 anos), vestia e desvestia, mudava de posição, fazia o bonequinho saltar, botava-o para dormir, numa intensa atividade que durava o dia inteiro.
 As vezes montava uma longa guerra em que o Falcon,vocês se lembram? assim se chamava o boneco, era o herói e personagem do bem.
As vezes ele era simplesmente o amigo.
Às vezes o pai, às vezes o filho, às vezes o vilão por alguns instantes.
Às vezes o bebê que não queira deixar que o trocassem ou banhassem.
Enfim, o Falcon, servia a todas as fantasias do garoto, e, por isso ele não o largava e até dormia com ele.
Um belo dia, distraidamente, faz a seguinte observação à mãe:
- Mãe, esse cara que inventou esse boneco Falcon é inteligente "pra daná", você não acha?
-Ué, meu filho, por quê?
-Ora mãe...os meninos ficam doidos pra brincar com bonecas e os pais e as mães não deixam!
O Falcon é bacana porque a gente pode brincar à vontade de boneca...a gente troca a roupa, faz dormir...tudo, e ninguém fala nada! É uma boneca de meninos! kkkk
A mãe não teve o que dizer mesmo...Ficou surpresa com o recurso dele!
Cada um se autoriza de si mesmo nas suas escolhas.E elas cabem a cada um, a seu modo...

sábado, 1 de janeiro de 2011

E agora, vovô? Você vai morrer?


Natal, Ano Novo, temas que levam sempre à questão sempre universal da finitude, do nascimento e seus mistérios! Assim...as crianças trazem, de novo e sempre novas as perguntas insistentes de todo mundo e não só delas, sobre o nascimento, a vida e a morte!

Foi assim que a menininha, filha caçula de uma mãe também caçula de uma família muito numerosa ouvia com frequência observações sobre a velhice do avô.
"Ah...êle é muito forte, mas a cabecinha, coitado! já não dá muita notícia de nada!".
 "Que é isso, gente! Ele bem que dá notícia do que quer! Outro dia conheceu bem a netinha, mesmo que tenha pensado que era a filha caçula!"
 "Vocês vão ver! Vai passar dos 100, tranquilo!"
E, não raras vezes a netinha de 5 anos ouviu o próprio avô anunciar:
- "Só vou morrer depois que fizer 90 anos!"
Até que um belo dia, o dia festivo e esperado dos 90 anos chegou. Preparativos, bolo, doces, comidas boas, reunião de toda a família, etc, alegria geral.
Mas a netinha...intrigada e inquieta trançava pra lá e pra cá. Ninguém se dava conta do porquê de tanta agitação e desassossego. Só ela. Arredia, calada, perguntava a toda hora somente pela "hora dos parabéns".
-Calma, menina! Depois do almoço, na hora dos doces! Vovô vai soprar as 90 velinhas dele. Talvez ele deixe você soprar algumas!
A hora chegada, cantoria, palmas, sopro e velas...algumas lágrimas e então para surpresa de todos, o impacto da vozinha dela, com a carinha mais bonitinha, aliviada, de quem aguardara aquela hora como uma outra qualquer de expectativa de um acontecimento da vida...:
-  E agora vovô? Você vai morrer? (ao que parece aludindo a "como havia dito, prometido, anunciado?")
Ao que parece a questão dela permanece, quanto a esta hora...
  "quando é que a gente morre?" "a gente resolve quando?"