domingo, 10 de junho de 2012

Sexo e Morte, questões da criança!





Luizinho ganhou, a seu pedido, uma linda coelhinha branca. Brincava com ela e lhe dispensava todos os cuidados exigidos por um bichinho de estimação. Era um garoto inteligente, saudável e curioso.

Por quê isso, para quê aquilo eram suas frases prediletas.

Até que um dia, conforme observou, sua coelhinha, crescida que já estava, começou a lhe parecer desassossegada e irritadiça.

Xuxa, como ele a chamava, branquinha como a apresentadora de televisão de sua preferência, era vista por ele como alguém “humano” e cheio de vontades.

Não demorou, chegou perto da mãe e disse:

-Mamãe, estou achando que, agora que já cresceu, a Xuxa precisa “cruzar”, porque, se não, ela vai ficar “neurótica”!

-????!!!! Neurótica? Se não “cruzar”???

-É, porque fiquei sabendo que se os animais não cruzarem, ficam muito nervosos!...É preciso arranjar um namorado pra ela...

-!!!????

A mãe continuava surpresa, atônita mesmo!

Mas Luizinho, calmamente continuou seu raciocínio e seu pedido dirigido à mãe.

- É isso mesmo! Porque eu já tentei, e não tem como “cruzar” com ela!...

Curiosamente, dias depois, a Xuxa, brincando no canteiro da área, seu terreno de saltos e corridas, engoliu um pequeno pedregulho e morreu.
 Luizinho ficou inconsolável...sem entender porque uma coelhinha, já crescida, que ele imaginava até precisada de namorado, iria engolir uma pedra!!! Por quê?

Sexo e morte, questões desde sempre na fantasia das crianças.

Questões que exigem trabalho e demandam espaço para se formularem aos adultos! Pelo menos aos adultos que se prestarem a ouvi-las sem se angustiarem e até, quem sabe, suportarem não respondê-las, para que as crianças possam, elas mesmas, fazerem suas construções!



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sábado, 2 de junho de 2012

CRIANTIA E CONTOS, CRIANDO ALMA E CRESCENDO!!!


Criantia e Contos, de sua "criação" em junho de 2010, vem como o próprio tema e propósito, criando alma, crescendo, encontrando sua linguagem e público. Seus temas são, afinal, sugeridos pelas próprias crianças com quem os adultos convivem, se os adultos as ouvem, acolhem, ou mesmo, se se assustam com eles. Das estórias contadas, interessante, aquela que foi mais visitada,se refere às reflexões de uma criança de 4 anos sobre a morte (http://criantiaecontos.blogspot.com/2010/06/quando-morte-ja-e-uma-questao-e.html).Vê-se que surpreende aos adultos que em tão tenra idade, a criança se ponha a questionar a vida, via suas perguntas e observações sobre a morte. A segunda postagem mais visitada, é uma estória escrita por uma criança sôbre um amor impossível. Curioso que nós não nos convençamos de que todos eles, os amores, o sejam. Da contingência  e do que é possível, esbarramos sempre com o que há de impossibilidade na relação humana, seja ela qual for.(http://criantiaecontos.blogspot.com/2010/05/vaca-e-o-carrapato-um-amor-impossivel.html ). Assim, desfila para nós, e vale a pena relê-lo nestas estórias todas, o trabalho contínuo, pulsante e desafiador para nós, de elaboração dos temas e angústias humanos, que as crianças nos propõem. Obrigada a todos os que, corajosos, se dispôem também. Vêm eles, navegantes de muitos pontos do mundo: Brasil, Estados Unidos, Portugal, Canadá, Argentina, Alemanha, Japão, Rússia, Romênia e Arábia Saudita...e o blog é publicado em português...mas agora traduzido em 7 idiomas.
Criantia e Contos, 22 450 acessos e muito trabalho!

Um pai em apuros...mas, criativo!



O que um pai não há de fazer para cuidar, atender e dar conta do filhinho, quando a mãe viaja?
Isso foi o que aconteceu com o jovem pai, é verdade, já habituado a cuidar de seu pimpolho em ocasiões corriqueiras, aos finais de semana, dia a dia, etc. Mas é bem diferente quando a mãe se ausenta por uns dias e o garotinho de quase 2 anos adoece! Aí, haja criatividade! Ele liga para o médico, leva-o para uma consulta, mas, o que é pior, o baixinho começa a resistir aos remédios receitados e o pai, enfim tem de criar seus recursos de conseguir que ele os tome. Então o pai descobre que um deles é deixar lápis e papel disponíveis para o menino desenhar e, quem sabe, ele mesmo desenterrar sua infantil capacidade de se expressar através dos desenhos, enquanto inventa uma historinha para convencer o garotinho a tomar seu remedinho. Imaginem, pela ilustração, a história:
"Era uma vez...um menininho muito bacana que era jogador de futebol. Aí ele ficou doente e...não teve jeito, teve de ir ao médico porque estava muito 'dodói'.Cada melecão!!! O médico mandou tomar um remédio e ele tomou direitinho. Então sarou e ficou feliz! Voltou a jogar bola e fez muitos gols! "
Acreditam que a brincadeira funcionou??

(O desenho acima é legítimo recurso do pai em questão, do qual resolvemos respeitar a identidade, para seu sossego e privacidade! )