sábado, 29 de maio de 2010

Confidências ...na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapé...

Era o aniversário da mamãe.

Espevitada e linda, agitada e dançarina, ela corria por todo lado no restaurante onde rolava solto o maior samba.

Comemorava-se, com entusiasmo, o dia especial!

Vovó já havia notado que, inúmeras vezes, mamãe chamava-lhe a atenção, ou recomendava-lhe cuidado para não cair.

 Outras tantas, dizia-lhe para não chegar perto da varanda alta, porque havia perigo.

Foi anoitecendo e a moreninha levada chegou perto da vovó e pediu muito faceira:

-Vovó, será que eu poderia dormir hoje na sua casa? É que eu gostaria que papai e mamãe ficassem bem à vontade para namorar, já que é o aniversário dela!

Vovó concordou logo e achou os propósitos da netinha tão engraçadinhos e cheios de carinho!

Terminada a festinha dançante, vovó colocou a netinha no banco de trás do carro, onde as crianças devem ficar de cintos afivelados, etc. e tal e partiu para seu sítio.

No caminho, ouviam música e vovó cantarolava. A netinha, em silêncio.

De repente, diz ela:

- Vovó, minha mãe é uma pessoa tão legal, não é?

Vovó concordou imediatamente, mas desconfiou que viesse lá alguma observação a mais. Por via das dúvidas repetiu:

- Acho mesmo a sua mãe super-legal!

Aí veio o complemento:

- Mas... é difícil, né?!

Vovó atrapalhada e divertida com a observação respondeu:

- Mas toda mãe é assim: super-legal, mas, difícil!

A netinha, querendo ser agradável disse:

- Mas você não é difícil!

- Mas eu não sou sua mãe, sou avó! Pergunte a seu pai e ouça! Aposto que ele concorda com você.

“Mãe é super-legal... mas é difícil!”

Ela sorriu largamente, entendendo perfeitamente o que a avó teria querido dizer!

E continuaram estrada a fora, cantarolando até chegarem...com Kid Abelha...

"...na rua, na chuva, na fazenda   ou numa casinha de sapé..."

sexta-feira, 28 de maio de 2010

SEMPRE FELIZ !


Fefê, aos 3 aninhos, era também conhecida como “formiguinha atômica.”
Às vezes a chamavam carinhosamente de “espírito de grilo”.
Às vezes de “baratinha tonta”.
Sempre carinhosamente, pois ela enchia a casa, correndo agitada e vibrante pelo casarão da avó, aos domingos.
Ninguém se incomodava, pois isso era o costume dela. Alegria, movimento, palavras, perguntas, gritinhos de quem está na vida e não é de brincadeira!
 È bom explicar que, para quem está na vida pra valer, brincadeira é coisa muito séria!
Foi então que, num belo domingo, dos sempre domingos, resolvi perguntar a ela:
-Por que estes pulos e esta gritaria toda?
-Sou FILIZ, responde a baixinha com um grande sorriso!
-Legal, pensei, dá pra entender sem dificuldades a declaração dela.
Mas foi então que, num momento seguinte, debulhada em lágrimas, ela chorava pela casa.
- Que é que houve? Por que os gritos e o choro?
Ela parou de repente, fez uma carinha de quem pensava rápido e não teve dúvidas!
Respondeu imediatamente:
-Porque eu sou FILIZ!
Passou-se algum tempo até que pude entender o que ela me dizia...
O sujeito é sempre feliz!
A vida não é feita só de versos, mas, também, dos contra-versos, dos controversos.
A vida é também feita dos avessos e não só dos direitos.
Mesmo no sofrimento, haja o que houver, sem descanso, há sempre um lugar onde existe satisfação.
E continuei pensando, pois ela não parecia contente naquela hora.
Mas com certeza, era feliz!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Dinho, o detetive, e os mistérios da vida...



Dinho andava muito curioso a respeito de varias coisas na vida...

Como os bebês nasciam? De onde eles vinham? Do céu? De um pé de alface como a vovó dizia? A cegonha, que ele nunca tinha visto, trazia?

O fato é que, de repente, não mais que de repente, tinha aparecido um neném muito pequenininho, muito bonitinho, na casa dele. E o pior. Todas as pessoas estavam encantadas! Até se esqueciam de prestar atenção às gracinhas de Dinho!

Era um mistério que ele queria desvendar.

Mas toda a vez que ele se arriscava a perguntar a alguém, as pessoas sorriam...

O que é que tinha de tão engraçado querer saber disso?

Ele tinha até pensado em se tornar detetive!

Ficava se imaginando de binóculos, luneta, para quando quisesse enxergar mais longe do que a janela do vizinho, chapéu xadrez, lupa para examinar coisas pequenininhas, uma cadernetinha de anotações, para não se esquecer de nada que pensasse ou descobrisse!

Mas era difícil aquele assunto!

Dinho pensava e pensava. Por onde começar sua pesquisa? Perguntou então a seu amiguinho Fá, que era muito observador e gostava de desmontar peça por peça seus brinquedos:

- Fá, você, que gosta de montar e desmontar quebra-cabeças, ajude-me a descobrir umas coisas. Estou curioso, mas não descubro como apareceu aquela coisinha lá em casa!

Fá perguntou surpreso:

-Que coisinha?

-Aquele neném, de cara redonda que mamãe trouxe do hospital, depois do ultimo Natal! Papai Noel já tinha até passado!

Fá, muito sério, respondeu:

- Posso ajudá-lo a pensar, mas não sei se consigo ajudar muito, porque na minha casa nunca chegou um neném depois de mim! Quando eu cheguei, já estavam lá todos os meus irmãos.

Dinho insistiu:

-Mas você não fica curioso de saber de onde você veio?

- Ah! Não tinha pensado muito nisto não! Mas um dia ouvi a empregada dizer que tinha um neném na barriga dela, por isto é que ela ia parar de trabalhar. Quando eu perguntei por que não estava no retrato de casamento de papai e mamãe, ficaram rindo e disseram que eu devia estar ainda no céu. Meu nome é Rafael, nome de um anjo! Será que eu era um anjo?

-Só se for antes de nascer, Fá, porque você hoje mais parece é um capetinha! Dinho deu uma risada.

-Outra coisa que ouvi dizer, e Fá fez uma cara malandrinha, é que, para o neném nascer, o papai e a mamãe ficam namorando!

-Ih! Eu estou meio desconfiado disso. Eles adoram namorar. Saem, vão ao cinema e não me levam!Dinho se despediu de Fá e prometeu continuar suas pesquisas. Melhor dizendo, sua investigação.

Escondia-se por trás das portas, não gostava de dormir cedo, acordava de madrugada, tudo pra ver e xeretar o que papai e mamãe faziam o tempo todo em que estavam juntos. Até que um dia, bem cedinho, quando se levantou, encontrou na pia da cozinha um prato com ossos de frango.

Dinho pensou e pensou e gritou:

-Achei! Achei a solução de meu mistério!

Correu até o quarto de papai e mamãe e gritou:

-Já sei o que vocês ficam fazendo debaixo das cobertas, quando estou dormindo!

Os pais muito espantados com o grito de Dinho, olharam-se em silêncio e riram Dinho disse:

- De novo vão rir de mim?

- Diga, meu filho, o que ia nos dizer. Não se preocupe conosco.

Dinho armou-se de coragem e declarou, gaguejando:

- Depois de muitas investigações, cheguei a uma conclusão muito importante! Já sei o que vocês ficam fazendo debaixo das cobertas, à noite, quando eu estou dormindo! Comendo um delicioso frango assado! E não me dão nem um pedacinho! Sabia que era uma coisa boa! Logo a coisa que eu mais gosto! Frango assado!

E Dinho saiu correndo para contar ao Fá o que havia descoberto, para, é lógico, continuar as investigações.

Estava até achando que era muito legal ser detetive!

terça-feira, 25 de maio de 2010

Há coisas de que a gente gosta...mas não a ponto de comer!!!!


Um dia Dinho foi convidado pela tia Lucília para ir a uma fazenda muito bonita.

Ele ficou radiante!
 Sabem o que é radiante?
Muito contente! Muito feliz!
Como se de dentro dele saissem raios!
Como se sua carinha brilhasse como o sol!
Dinho queria muito ir a uma fazenda!

Ele morava na cidade e mal conhecia o mato e os animais.

Ele só os tinha visto pela televisão e pelos livros!

Um dia até achou que os chifres de uma vaca eram chaminés!...

Que vergonha! Todo mundo riu dele!

Agora poderia ver uma fazenda com tudo isso, animais e plantas de verdade!

Seria sua grande chance!

Chegou o grande dia e lá se foram Tia Lucília, Dinho e seus primos.

Dinho arregalava os olhos para tudo! Que beleza! Que estranho! Quantas novidades!

Aí chegou a hora do almoço.

Ih! Dinho não gostava de comer muitas coisas! Como ia ser?

A cozinheira, muito simpática, ofereceu:

-Querem arroz? Querem feijão? Querem bife? Querem cenoura?

Dinho pensou:

-Ai, ai, ai! Como vou fazer? Tenho de aceitar comer de tudo!

A cozinheira insistiu:

-Você gosta de cenoura, Dinho?

-Gosto, respondeu ele.

Então ela pôs a comida no prato.

Dinho comeu tudo e deixou a cenoura num cantinho.

A cozinheira veio recolher os pratos e estranhou:

-Uái, Dinho, você não falou que gostava de cenoura?

Dinho, muito esperto, respondeu:

-Falei!

A cozinheira, atrapalhada, não entendeu.

-Uái, Dinho, porque então não comeu?

E Dinho, realmente sempre esperto, respondeu:

- Eu gosto, uái, mas não a ponto de comer!!!

Tia Lucília não sabia se ficava brava ou se ria.

Os primos rolavam de rir...

Há coisas de que a gente gosta....mas não a ponto de comer!!!

A vida,como Emília, a criança de Monteiro Lobato, a vê...E nós?



– E, como sou filósofa – continuou Emília –, quero que minhas Memórias comecem com a minha filosofia de vida.

– Cuidado, marquesa! Mil sábios já tentaram explicar a vida e se estreparam.

– Pois eu não me estreparei. A vida, Senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem pára de piscar, chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos – viver é isso. É um dorme-e-acorda, dorme-e-acorda até que dorme e não acorda mais. É portanto um pisca-pisca.

O Visconde ficou novamente pensativo, de olhos no teto.

Emília riu-se.

– Está vendo como é filosófica a minha ideia? O Senhor Visconde já está de olhos parados, erguidos para o forro. Quer dizer que pensa que entendeu… A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso. Um rosário de piscadas. Cada pisco é um dia. Pisca e mama; pisca e anda; pisca e brinca; pisca e estuda; pisca e ama; pisca e cria filhos; pisca e geme os reumatismos; por fim pisca pela última vez e morre.

– E depois que morre? – perguntou o Visconde.

– Depois que morre vira hipótese. É ou não é?

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Nina, menina ladina



Nina é menina ladina
Sabem o que é ladina?
Esperta, inteligente, matreira.
Ih! Sabem o que é matreira?
Ih! Vamos ao dicionário.Aqui está: experiente, sabida, astuta.
Ih! De novo, vamos ao dicionário.Astuta é manhosa, treteira, conversada.
Já viram que Nina é especial!
Divertida, interessante, mas cheia de malícias, porque é esperta e inteligente.
Parece que pensa em coisas que ninguém está pensando!
Curiosa, gosta de perguntar.
Bom, só de dizer como ela é, quantas vezes ela nos faz ir ao dicionário, já dá pra saber que ela, de tantas coisas que propõe, faz com que as pessoas que a cercam vivam em dificuldades para responder-lhe.
Também é verdade que sempre se aprende muito com ela de tanto se pensar no que ela quer saber.
Tem hora até que parece que ela é mestra de alguma coisa.
Talvez mestra em fazer as pessoas pensarem e pensarem.
E fazer as pessoas pensarem é muito importante, porque não é sempre que as pessoas querem pensar!
Um dia Nina, com medo de uma tempestade que caía com toda força, perguntou à vovó:
- Será que eu fiz alguma coisa de errado?
A vovó não entendeu nada! Por que Nina teria perguntado isso?
Mas Nina, que é mestra em fazer as pessoas pensarem, falou:
-Amanhã é aniversário do papai!
Vovó continuou não entendendo nada.
-Eu queria dar de presente a ele um lindo dia de sol, para ele comemorar o aniversário!
Então eu rezei e pedi a Deus que mandasse um lindo dia de sol! Agora vem esta chuvarada toda, com raios e tudo? Será que eu fiz alguma coisa de errado?
A vovó, com pena, deu tratos à bola para achar uma explicação que deixasse Nina menos triste. Pensou um pouco e disse:-
-Nina, de onde você tirou esta idéia? Sabe o que eu acho?
Nina, ficou logo atenta ao que vovó iria dizer.
-Estou desconfiada de que alguma menininha mais esperta ainda que você, chegou mais rápido, correu na frente, rezou mais cedo, pedindo uma chuva pra molhar a hortinha dela! Deus não vai desobedecer fila, não é?
Nina deu uma risadinha tão linda e aliviada que fazia gosto!
Depois da chuva, lavada a manhã, o dia amanheceu claro .
 Nina, mais brilhante que o dia, saiu correndo para abraçar o papai que fazia aniversário!

domingo, 23 de maio de 2010

Um dentinho faz falta

Quando a gente já é grande tem ao todo 32 dentes!

Tantos dentes para se alimentar bem e mastigar os alimentos bem mastigadinhos!

Mas quando a gente é ainda pequenininho, primeiro, nem dentes tem!

Os bebês mamam por isso mesmo. Não podem comer. Os dentes vão nascendo um a um, pouco a pouco. Demora um pouco, alguns anos! Depois, vê se pode, quando já nasceram muitos e as crianças já comem bem, é hora dos dentinhos, chamados “de leite”, caírem para nascerem outros, definitivos!

A natureza é engraçada! Sábia, mas engraçada! Tanto tempo para fazer as coisas e depois, começa a desfazer para fazer de novo!

Era nisso que Gutinho ficava pensando quando olhava e olhava a “janelinha” que se abriu em sua boca desde que seu dentinho querido, bem lindo, bem na frente, bem em cima, tinha se soltado, depois de um tombo desajeitado na piscina.

Era um desses “dentinhos de leite” que fazia seu sorriso tão bonito!

Às vezes Gutinho ficava inconformado! Às vezes até tirava retrato com aquele sorriso em que a gente só estende os lábios, mas não abre a boca. Só pra esconder a “janela”. Às vezes, como era muito alegre e bonitinho, nem lembrava disso! Dava boas gargalhadas!

De qualquer modo, esperava com ansiedade, o dia em que o tal “dente definitivo” iria aparecer.

Como demorava! Até lá, o que fazer? Esperar é tão difícil!

Quando era época de Natal, meu Deus, como custava chegar o dia e o presente do Papai Noel! Ele só tinha 3 anos e o tal dente só devia chegar aos 6 ou 7! Será que Papai Noel não podia fazer um adiantamento e fazer esse dente nascer antes?

Gutinho, todos os dias se olhava no espelho e esperava!

Foi até se acostumando e, cada dia em que se olhava, achava-se mais bonitinho!

Foi até gostando da janelinha e achando que ela lhe dava um ar malandrinho que era engraçado!

Reparou que todas as pessoas tinham alguma falha! A mamãe era gordinha, a empregada falava errado, o colega era bundudinho, a professora às vezes mal-humorada, os irmãos, bagunceiros.

Assim, um dia, depois de se olhar no espelho como sempre e ver que a “janela” continuava lá, correu até a mamãe e disse:

-“Mamãe, sabe que se não fosse por esta “janela”, eu seria cem por cento perfeito? Ainda bem que tenho esta falha para me lembrar que eu também tenho defeitos!”.

Gutinho esperou o dia feliz em que o novo dente apareceu.
Estava convencido, mais convencido, de que a natureza era mesmo sábia e tinha lá seus truques para ensinar as crianças!

A menina que canta, encanta!



Ela nasceu cantando.

Seu primeiro choro foi tão lindo que parecia uma melodia suave de fazer dormir

Uma verdadeira canção de ninar, que até ela mesma dormia..

Poulette, que queria dizer, carinhosamente, franguinha, encantava a todos com sua suavidade.

Sorria, balbuciava.

Seus “gugu-dadá” eram diferentes de todos os que já tinham sido ouvidos desde que o mundo era mundo e existiam bebês. Eram música.

Todos se acotovelavam para olhar e ouvir Poulette.

Se ela estava alegre, cantava.

Se estava triste, cantava.

Ouviu a avó, um dia, dizer que: “Quem canta seus males espanta”.

Aí mesmo é que cantava! Quando estava com medo, quando estava com raiva.

Sempre, sempre, sempre.

Só mudava a melodia.

Mais animada,

mais lenta,

mais triste,

mais saltitante,

mais suave,

dependia do dia e do humor.

O que Poullete foi descobrindo é que cantar era seu modo de falar.

E sua voz foi despontando, clara, límpida, firme, bonita.

Poulette também admirava quem era cantora e ficava horas sonhando em um dia cantar para muitas pessoas e fazê-las felizes.

Treinava no karaokê da casa da vovó, sempre que podia. Até começou a aprender piano!

Ela sonhava e sonhava.

Cantava e cantava.

Cantar era também um modo de dizer seu sonho.

E se um sonho tem muita força, qualquer dia ainda iria se realizar!

Como nascem os bebês?






Diguinho observava mamãe passar roupinhas de bebê.
Algumas tinham sido dele, quando neném.
 Mamãe estava enorme! Que barrigão!
Será que o neném seria do tamanho de uma bola de futebol? De basquete? Daquelas bolas grandonas de praia?

E ali ficava Diguinho imaginando coisas.
E se nascesse um cachorrinho?
Seria bem mais legal, porque ele poderia dar nome, mandar, cuidar e brincar o tempo todo!
 Num instante estaria grande e ainda tomaria conta dele!
Também tinha outra vantagem: se ele não gostasse ou achasse muito feio, ou muito chato, poderia dar para um amiguinho!
É, pensava, mas não costumava nascer cachorrinho, filhote de gente!
De gente, nascia gente!
Será que seria tão bonitinho que papai e mamãe nem se lembrariam mais dele?
Nestas horas ficava preocupado e triste.
 Noutras, pensava que poderia ter uma companheirinho de brincadeiras, melhor que o irmão mais velho que, de vez em quando, lhe dava uns cascudos!
De repente lhe ocorreu perguntar à mamãe, ocupada com as roupinhas, perdida nos seus próprios pensamentos:

- Mamãe, como é que os bebês nascem?

Mamãe, querendo ser boa mãe, explicou-lhe direitinho tudo.
 Que os bebês saiam da mamãe de duas maneiras...
Ou por um buraquinho apropriado que as mamães tinham ou por uma operação que os médicos faziam, se fosse necessário, na barriga delas, etc,etc.
Diguinho, boquiaberto acompanhava todas as explicações sem comentários, em absoluto silêncio.
Mas então, surpresa!
Mamãe olhou para ele e ficou esperando sua reação ou alguma palavra como resposta.
Foi aí que Diguinho faz a outra pergunta:
-Não, mamãe! Não era isso que eu estava querendo saber!
Queria saber era o seguinte:
-Como o neném nasce? DE ROUPA OU PELADO?
Mamãe não acreditou! Tantas explicações e ele queria saber era isso?
- Por isso, então que você está passando estas roupinhas? Porque o neném nasce pelado?
Mamãe ficou desconfiada de que ele queria saber era de tudo, mas, enfim, cada criança arranja seu jeito de saber das coisas!

A vaca e o carrapato, final da estória



7o Capítulo: Final da história, quem sabe um novo amor?






Peludo, o carrapato apaixonado, pesaroso, tinha muitas saudades de Mimosa.

De volta ao celeiro, ao grupo que liderava, sua natureza de carrapato o chamava de volta!

O tempo foi se passando e Peludo pensava e pensava.

Faltavam-lhe aquelas emoções que havia experimentado!

Bem no fundinho do coração, esperava que um novo amor o surpreendesse!

Quem sabe?

A vaca e o carrapato, capitulo 6

Cap 6:  Perdido o seu amor, Peludo retoma a liderança do grupo


O primeiro que encontrou, matou-o no grito!

Como desrespeitar, assim, o amor de sua vida?

Foi então que Peludo se defrontou com o novo chefe do bando.

Desde que, por amor a Mimosa, Peludo deixara de merecer respeito de seus companheiros, eles haviam buscado um novo chefe.

Peludo pensou:

“Deve ser um carrapato sem princípios! Alguém que não considere a possibilidade de um amor, ou de uma falha, só pode ser um chefe mau!”

Então, Peludo, cheio de coragem, enfrentou-o com um belo soco na cara, assumindo, de novo, a liderança de seu grupo.

"A vaca e o carrapato", cap 5

5º Capítulo: A separação
Depois de muitos dias, os carrapatos resolveram verificar como estava o seu ex- chefe.

Afinal, Peludo tinha sido o chefe do bando durante muito tempo e com muita competência, até que aquele amor louco o invadisse.

Chegando à fazenda, viram a vaca Mimosa, gorda como nunca, porque o Peludo a protegia das doenças e dos carrapatos.

Ficaram indignados e cheios de apetite!!!

O bando, então, aproveitando-se da ausência de Peludo, atacou-a com força total!

A vaca mugia como uma doida, mas não houve jeito, os carrapatos sugaram-lhe tudo, até a última gota de sangue.

Quando Peludo chegou, viu a vaca deitada, desta vez, não de moleza, mas, morta no chão.

Começou a chorar e, à medida que chorava, foi-lhe crescendo uma raiva enorme!

Seus antigos amigos eram, para ele, agora, seus inimigos.

Saiu furioso atrás deles.

O primeiro que encontrou, matou-o no grito!

Como desrespeitar, assim, o amor de sua vida?

"A vaca e o carrapato", cap 5

Capítulo 5: O amor
Peludo ficou o dia todo e o resto do outro, falando e pensando na vaca.

De que o amor seria capaz?

Os seus companheiros, por não gostarem que ele namorasse uma vaca, saíram do bando, deixando-o sozinho.

Afinal, onde já se viu?

Um amor assim, não tinha razão!

Mas Peludo pensava: “E desde quando o amor pensa”?

O noivo da vaca, que, ainda por cima, era um grande e

vigoroso touro, ao ver Mimosa e Peludo tão ligados e

felizes, desmanchou o noivado, por ciúmes!

Imaginem como o touro se sentiu!

                                                                                                                Ser trocado por um carrapato!

                                                                                                                Tal fato abalou um pouco o relacionamento entre Peludo e Mimosa, que deixaram de se ver um pouco.

Mas foi pouco.

Aqueles longos papos e encontros acabaram se repetindo por todo o verão.

Continua "A vaca e o carrapato", capítulo 4

4o capítulo: Peludo fica bravo com os colegas


Os carrapatos de seu grupo morreram de rir do Peludo!


Peludo não achou graça nenhuma e saiu distribuindo sopapos!

Ele, que era o chefe, obrigou-os, então, a acudirem a vaca.

O mal-entendido desfeito, o carrapato pediu desculpas e perguntou à vaca porque desmaiara.

Mimosa respondeu:

- Eu vi sua feiúra e desmaiei!

-Mas eu sou lindo, disse Peludo.

-Lindo como a fome, Mimosa observou.

E ficaram conversando até o anoitecer.

Quando se despediram e foram dormir, ficou combinado de se encontrarem ao entardecer, no mesmo local.

A vaca e o carrapato, um amor impossível , capitulo 3



3º Capítulo: Os dois se conhecem






Certo dia, depois de matar sua vítima “nove mil”, saiu à

procura da próxima “felizarda”.

E, então, avistou a vaca Mimosa.

Ah! Mas algo o impediu de atacá-la.

Era um friozinho na barriga, que o gelava por inteiro!

Achou-a linda e resolveu aproximar-se para conversar com ela.

E. ao chegar perto, quase foi esmagado pela vaca.

                                                            Mas, mesmo assim, puxou papo:

                                                                  - Oi, gracinha!!! Como você se chama?

                                                                              Foi a conta de a vaca o avistar e desmaiar!

A vaca e o carrapato, um amor impossível , capitulo 2


2o Capítulo: O carrapato




Seu nome era Peludo.

Ele era conhecido como o “terror das vacas”, porque só sugava o sangue delas e, nunca, dos bois.

Ele era temido em todas as fazendas.

Uma vez ele matou uma vaca em uma noite, enquanto sugava seu sangue.

Quando se instalava no pelo da vítima, ele a dominava por inteiro!

Depois chamava sua “gangue” para morar lá.

Juntos, eles sabotavam todos os carrapaticidas e, assim, ninguém conseguia matá-los.

Além disso, ele era mais feio que a fome.

Mas, o pior, é que ele se achava maravilhoso e, apesar de não tomar banho, achava-se cheiroso.

Não entendia por que as “carrapatas” fugiam dele!

A vaca e o carrapato, um amor impossível, Capitulo 1


                   1º Capítulo: A vaca




  1.  
Seu nome era Mimosa.

Era conhecida por toda fazenda em que morava por ser muito “pastel”.

“Fim de Mundo” era o nome da fazenda onde ela morava.

Diziam que, certo dia, ela tinha demorado três horas para se levantar, depois que

tropeçara em um tronco de árvore.E olha que não tinha se machucado!

Podemos resumir, dizendo que era uma lesma que pesava uma tonelada, mas todos a adoravam, no “Fim de Mundo