quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Ensaios sobre a cegueira! Mais uma da Ingrid!

Com 4 aninhos, Ingrid resolveu que queria usar óculos.
Achou lindo o de armação rosa com florzinhas que as colegas usavam e queria porque queria um daqueles. A mãe explicava:
- Minha filha óculos é só pra quem precisa usar. Você não precisa. Tem ótima visão. Mamãe já te levou no oftalmologista.
Em vão. Todos os dias ela pedia:
-Mãe, o meu (óculos) pode ser amarelinho, com bolinhas coloridas!
 Até que um dia aparece Ingrid em casa tateando os móveis, os cantos da sala, olhos semi-abertos e dizendo:
- Meu Deus! Minha visão está atrapalhada. Mãe, num tô vendo nada!
A mãe, já sabendo das intenções da filha, desconfiada, diz:
_ Menina, não brinca com isso! Pode parar com marmota!
Mas, como mãe é mãe, leia-se, sujeita a todos os subornos que a demanda de um filho providencia,começa a pensar: "Vai que é verdade.."
E disse pra filha:
-Vou te levar ao médico, mas ai de você se for mentira! Vai tomar  umas boas palmadas!
E então chega o grande dia da prova!
Chegando ao oftalmologista, Ingrid continua com seus sintomas: tateando, queixando cegueira. E o médico, muito sabido, logo dá aquela piscadinha para a mãe e diz:
- Realmente, a Ingrid está completamente cega e terá que usar óculos.
Vai até a outra sala e pega um daqueles com armação de tartaruga, enorrrrmes, com a lente de fundo de garrafa, horríveis, dizendo:
-Minha senhora, todos os dias a Ingrid terá que usar estes óculos. Na escola, no parque, não pode tirar nem para dormir.
De repente Ingrid se manifesta:
- Meu Deus!Mãe! Aconteceu um milagre!!  Estou já enxergando! Estou enxergando!!! Milagre!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

De sementinha, o feijãozinho virou gente!

Sobre o Natal e as crianças, há tanto o que contar!...
Ano passado, vovó preparou um “Amigo Oculto” diferente!
Escreveu sobre cada criança um texto que, deveria fazer indicações a todas e a cada uma, de quem se estava tratando, para que todos descobrissem!
Foi divertidíssimo e parece que agradou!
Mas a melhor surpresa foi ela ter incluído entre os participantes, já que havia um “não-nascido” ainda, um personagem enigmático:
“O” ou “A” “Sementinha” e o mistério que isso envolvia.
Transcrevo o texto que foi escrito à época:

Será que as sementinhas pensam?

Será que, enquanto crescem, sabem quem são e o que querem?

Será que sabem que a vida é delas, mesmo enquanto são tão pequenininhas?
O coraçãozinho bate, bate, bate.

Se já tem coração, afinal, pode participar do amigo oculto, né?

Será um feijãozinho ou uma granolinha?

Ah!!! Aposto que não advinham, mas o misterinho vai ter cabelo. Ainda não tem. Será um cacheadinho, uma lourinha, um moreninho?

Quem é?

Quem será?




Hoje, não resisto e apresento o “feijãozinho” transformado em gente, de olhinhos vivos e interrogativos. Parece que vamos nos haver com mais um atento questionador do mundo, como deve ser uma criança viva... À maneira de sua mais próxima companheira de questões, esta já bem falante e hoje alfabetizada, ele parece mesmo, aos cinqüenta dias de nascido, já formular alguma atrevida pergunta aos adultos, pela carinha que faz.
Talvez... já desconfie que “a vida é dele”!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Ao se dar conta da “mágica”, as meninas...como ficam?

Com Daniela, menininha de 4 anos, aconteceu o contrário do que aconteceu com o menininho da postagem “Na falta de...uma caderneta de poupança”.... que, ao se dar conta de que a mãe não tinha um pipiu, queria presenteá-la com uma outra conta, aquela em que ela fosse possuidora de um poder substituto, coitada!!!


Daniela, um belo dia, ao brincar com o irmãozinho, reparou que, de repente, a “coisinha”dele ficou ereta, triunfante e chamativa! Ela não se conteve!

-Maninho!!! Você é MÁGICO? Sua varinha sobe no ar, de repente?

Tão encantada ficou ela, com a mágica possível no corpo do irmãozinho que foi correndo chamar as amiguinhas para exibir a façanha do irmão.
Quando chegou a “mágica” tinha se desfeito.
 Mas ela não se deu por satisfeita e, ao invés disso, acreditando mesmo ser uma mágica, disse, ansiosa:

- Maninho! Faz de novo! Faz de novo!

O garotinho não entendia nada! Nem a “mágica”, nem o entusiasmo, nem a expectativa das meninas!

Isso ficou, com certeza, pra depois...

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

"EU ACHO QUE VI UMA MONTANHA!"



Diguinho era criança muito doce, sorridente e simpática.

Gostava de sonhar e se levantava contando seus sonhos pela manhã.

Pequenininho, já contava seus sonhos.

Ás vezes eram sonhos que davam medo.

-“Sonhei que um lobo mau queria me pegar! E o lobo tinha um fusca amarelo!”.

Às vezes sonhava acordado.

-“Quando crescer quero ser um jogador de futebol”.

E esse sonho, desde logo ele começou a realizar.

Canhotinho, habilidoso, calmo, lidava muito bem com uma bola, e driblava qualquer um que quisesse tomá-la!

Todos o chamavam para brincar! Todos o queriam no time! Diguinho ficava todo feliz!


Uma vez, Diguinho e seus irmãos, viajaram com seus pais.

Cortavam estradas, subiam e desciam montes, vislumbravam planícies e lagos, passavam por montanhas.


Iam todos para a praia. E o carrinho do papai, o tal fusquinha amarelo, roncava subindo morro e assobiava descendo vales.

De repente, Diguinho, distraído, disse:

-Eu acho que vi uma montanha!

Todo mundo, mamãe, papai, os irmãos, ficaram embasbacados!
 Não acreditavam no que ouviam!!
 Depois de tantas horas de viagem, será que Diguinho, só agora tinha visto uma montanha?

Pois acreditem vocês!!! Era a pura verdade!
Mas o mais espantoso ainda estava por vir!
 Mamãe olhou para trás, olhos arregalados, fazendo um ar de interrogação, como se não entendesse o que se passava!

-Você “acha”(!!!) que viu uma montanha?

Diguinho, também surpreso, porque devia ter viajado aquele tempo todo passeando no mundo da lua, respondeu, aflito e constrangido, desconfiado de que tinha dito algo errado:

-Uai! Eu acho, né?

Todo mundo caiu na risada! Ele era mesmo um sonhador!

Um olho olhava pros sonhos e outro olhava para o mundo!

Costuma ser assim a vida! A gente olha e não vê...depois a gente olha...e vê!
As vezes descobre que quando acha, já tinha visto e não reparou!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

PUM ! PUM! PUM! Mariana fez mais um!


Mariana saltitava, linda e graciosa!
As tias babavam como de costume!
Até que a menininha graciosa soltou um pum!
Risadas se acompanharam de um arremedo de censura, que, certamente, não convenceu...
Pois a garota continuou, leve e solta, soltando-se mais e soltando...puns!
E para se garantir de poder se aliviar alegremente, vendo o divertimento difarçado das tias, soltou isso:
- Êta ventinho desobediente!!!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O GORDO E O MAGRO, A DANÇA DA VIDA!

Uma criança, 5 anos, cuja análise caminhava muito bem...
Ele já ria, conversava,
 jogava futebol,
torcia apaixonadamente para o Galo,
 ia aos lugares sem que, necessariamente a mãe tivesse de ir,
 não batia em todo mundo a qualquer desavença, pois já sabia falar,
chegou um dia e me disse:
- Oh, eu não tô querendo vir mais não, pois esse horário está muito ruim!
-Uai! respondi, podemos ver um outro, se você quiser!
- Ah mas eu não tenho outro e este eu até quero vir um pouco, mas está atrapalhando a coisa que eu mais estou gostando na vida!
-É? O que é que vc mais está gostando na vida?
-De assistir ao "Gordo e o Magro"!
Surpresa, pois "Gordo e Magro", personagens da minha infância, que me valeram deliciosas gargalhadas, despregadas de todas as minhas angústias, assistidos nos "Cine Grátis" da Praça Raul Soares, ainda faziam o mesmo efeito, 50 anos depois!!!
Viva o"Gordo e o Magro"!
Viva a singeleza, a ingenuidade e a graça que só a criança, ou quem conserve da infância o gostinho e a molecagem, pode apreciar e curtir!!!

A homenagem está aí, acompanhada da música de Santana! Obrigada, Paulinho!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O vaso e a flor, uma relação importante!!!



Rosa tinha 3 anos e meio e ainda não conseguia limpar o bumbum depois

que fazia seu cocô.

As chamadas eram sempre:

- Mãe, já acabei! Limpa meu bumbum?

 Um belo dia a mãe, como sempre chamada, chegou ao banheiro.

Rosa já tinha descido do vaso, se virado, deixando a bundinha

à mostra, para ser limpada.

Enquanto a mãe fazia o serviço, escutou-a falar pausadamente:

 -CE-LI-TE!

A mãe levou um ultra susto e pensou consigo mesma:

-Que é isso? Esta menina está lendo?

A Rosinha pequenina que desce do vaso e vira a bundinha para ser limpada....está lendo?

A mãe ouviu que ela repetia baixinho, observando a marca impressa na louça do

vaso :

-CE-LI-TE!

-Minha flor, o que é mesmo que você disse?

- CE-LI-TE!

Rosinha mostrou, passando o dedinho em cada sílaba da palavra

gravada no vaso.

-Tá escrito aqui, ó! completou.

Muito surpresa e confusa, já que se tratava de uma garotinha muito

nova pra saber ler, a mãe disse:

-VOCÊ ESTÁ LENDO?

Por causa da  voz alterada e surpresa da mãe,

apressadamente, como se estivesse fazendo alguma coisa muito errada e

tivesse sido pega "no flagra":

-EU NÃO! DE JEITO NENHUM!

Foi preciso algum tempo para convencê-la de que aquilo era uma boa

novidade e um bom tempo para a mãe conseguir sair daquele espanto!! Qual espanto mesmo?

Talvez o de perceber que a baixinha espertinha que pedia que lhe limpassem a bundinha...já sabia ler!!!

sábado, 11 de setembro de 2010

Como os adultos podem se imbecilizar, diante de uma criança...E ela devolve o retrato!



Aniversário do Gabriel!
Quatro e bem vividos aninhos!
 Casa cheia, festa animada e ele, com certeza muito ocupado com os amigos e as brincadeiras, quando a mãe o convoca para receber uma amiga dela, retardatária, prestem atenção, só retardatária, por enquanto...
Eis que a jovem senhora inicia uma suposta conversa com Gabriel em sonoro tatibitate, hoje conhecido por "baby talk"...
-Petetê, petetô, que cosa mar lindinha esse menininho, qui gacinha, bla,bla, ta,ti,bi...lemba da titia, quelido??? Você deve lembrar...sou a Mi...Mi....Mi...
Não teve dúvida! Gabriel emendou, pronto:
-MIOJO!
E saiu correndo a se juntar aos amigos e a sua brincadeira!
Cá pra nós, ela escapou de ele ser mais claro ainda e dizer
-MIERRA, MILARGA, MIENCHENÃO!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O pum, o gambá, a alma e a morte...



A mãe distraída, dele, mas absolutamente investida em sua leitura.

O garotinho, poucos dois anos e tanto, talvez três, brincando ao redor dela

De repente, um sonoro e fedorento pum!

A risada da criança e, inevitavelmente, a atenção (finalmente!) da mãe.

Então, outra surpresa:

-Mãe, será que o gambá se incomoda com o próprio cheiro??

Que pergunta! Grande e profunda filosofia!!!

Em geral não se incomodam, os próprios sujeitos, com os próprios cheiros!

Aos outros, talvez. Neste caso, o do pum, sempre!

A mãe ficou lá cismando....e disse a êle:

-Pelo visto, o gambazinho aí não se incomoda nem um pouco! Pelo contrário, acha graça!

Mas não parou por aí a aula de filosofia!

Em seguida, o garotinho lasca essa:

-Será que a alma da gente é assim?

Sai do corpo como um pum...e sobe para o céu quando a gente morre?

Aí já foi demais!

Tamanha tentativa de elaboração das coisas que saem das pessoas, da alma, da morte...deixou mesmo a mãe com as suas questões pelo resto do dia, do ano, da vida e talvez, até hoje!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Com crianças, não vale a maquiagem !


Ingrid tinha mais ou menos 3 aninhos e, no colo , num ônibus, ia toda serelepe.

 Era dia de passeio com a mãe.

A pequenina, vivíssima, observava tudo à sua volta.

Sentavam-se naquelas cadeiras que ficavam umas à frente das outras, de modo que se podiam reparar as pessoas, face a face.

Os olhinhos da garota não paravam!

Até que, de repente, ficaram grudados numa senhora bem à frente das duas, mãe e filha.

 A baixinha não parava de olhar aquela figura esquisita, tão pintada e com tanta maquiagem que parecia recoberta por uma argamassa.

 Batom e “rouge” bem vermelhos, olhos com sombras azuis, os cílios postiços alongados e bem pretos.

 Maquiagem das pálpebras de “kajal”. Lembram-se do “kajal” da avon?

Lápis macios e bem pretos, para deslizarem facilmente nas pálpebras e contorno dos olhos.

A mãe, já desconfiada de que a filhinha iria fazer algum comentário, “tremeu nas bases”...

E não se enganou.

De repente ela se dirige à senhora:

-Por que a senhora está tão maquiada?

 A senhora, toda simpática responde:

-Para eu ficar bonita, ora essa!

E a criança, com a sinceridade que é comum às crianças, solta essa:

-E por que é que a senhora num tá bonita?

A mãe quis se esconder, mas não foi possível!

Todo o ônibus já tinha ouvido!!!

Sorrisos e entreolhares sorrateiros seguiram viagem com os passageiros naquela manhã de verdade!

Faça um lugar melhor pra você e pra mim!!!! De coração!!!

Aí está, pessoal, o que uma criança pede ao mundo! Seria uma boa candidata à presidência, não é?



quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Na falta de....uma caderneta de poupança!!!



Desde que viu, sem a fraldinha,

bem peladinha,

a menininha

da vizinha,

que o pequeno rapazinho de tres anos passou a ficar inquieto!
Rodeava, rodeava a mãe e ensaiava cada hora uma pergunta:

- Você tem um pipiu?

- Não???

Rodeava, rodeava e...

- Mas, então, como é que você faz xixi?

Mais uns dias, mais umas voltinhas e de novo lá vinha o baixinho:

- Por que é que você não tem “Pereira”?

- Uái! Todos os homens daqui de casa tem “Pereira”. (o sobrenome do pai)

A mãe começou a perceber a questão...e diz:

-Todos os homens tem “Pereira”, mas eu não sou homem...

Até que em ato de desespero ele diz, penalizado,todo carinhoso e sedutor:

-Não se preocupe nem fique triste porque você não tem “Pereira”. Eu vou comprar um pra você no hospital!

E, em última instância:

-Se eu não achar pra comprar,

quando eu crescer eu vou lhe dar uma caderneta de poupança!

 Tá resolvido!