quinta-feira, 27 de maio de 2010

Dinho, o detetive, e os mistérios da vida...



Dinho andava muito curioso a respeito de varias coisas na vida...

Como os bebês nasciam? De onde eles vinham? Do céu? De um pé de alface como a vovó dizia? A cegonha, que ele nunca tinha visto, trazia?

O fato é que, de repente, não mais que de repente, tinha aparecido um neném muito pequenininho, muito bonitinho, na casa dele. E o pior. Todas as pessoas estavam encantadas! Até se esqueciam de prestar atenção às gracinhas de Dinho!

Era um mistério que ele queria desvendar.

Mas toda a vez que ele se arriscava a perguntar a alguém, as pessoas sorriam...

O que é que tinha de tão engraçado querer saber disso?

Ele tinha até pensado em se tornar detetive!

Ficava se imaginando de binóculos, luneta, para quando quisesse enxergar mais longe do que a janela do vizinho, chapéu xadrez, lupa para examinar coisas pequenininhas, uma cadernetinha de anotações, para não se esquecer de nada que pensasse ou descobrisse!

Mas era difícil aquele assunto!

Dinho pensava e pensava. Por onde começar sua pesquisa? Perguntou então a seu amiguinho Fá, que era muito observador e gostava de desmontar peça por peça seus brinquedos:

- Fá, você, que gosta de montar e desmontar quebra-cabeças, ajude-me a descobrir umas coisas. Estou curioso, mas não descubro como apareceu aquela coisinha lá em casa!

Fá perguntou surpreso:

-Que coisinha?

-Aquele neném, de cara redonda que mamãe trouxe do hospital, depois do ultimo Natal! Papai Noel já tinha até passado!

Fá, muito sério, respondeu:

- Posso ajudá-lo a pensar, mas não sei se consigo ajudar muito, porque na minha casa nunca chegou um neném depois de mim! Quando eu cheguei, já estavam lá todos os meus irmãos.

Dinho insistiu:

-Mas você não fica curioso de saber de onde você veio?

- Ah! Não tinha pensado muito nisto não! Mas um dia ouvi a empregada dizer que tinha um neném na barriga dela, por isto é que ela ia parar de trabalhar. Quando eu perguntei por que não estava no retrato de casamento de papai e mamãe, ficaram rindo e disseram que eu devia estar ainda no céu. Meu nome é Rafael, nome de um anjo! Será que eu era um anjo?

-Só se for antes de nascer, Fá, porque você hoje mais parece é um capetinha! Dinho deu uma risada.

-Outra coisa que ouvi dizer, e Fá fez uma cara malandrinha, é que, para o neném nascer, o papai e a mamãe ficam namorando!

-Ih! Eu estou meio desconfiado disso. Eles adoram namorar. Saem, vão ao cinema e não me levam!Dinho se despediu de Fá e prometeu continuar suas pesquisas. Melhor dizendo, sua investigação.

Escondia-se por trás das portas, não gostava de dormir cedo, acordava de madrugada, tudo pra ver e xeretar o que papai e mamãe faziam o tempo todo em que estavam juntos. Até que um dia, bem cedinho, quando se levantou, encontrou na pia da cozinha um prato com ossos de frango.

Dinho pensou e pensou e gritou:

-Achei! Achei a solução de meu mistério!

Correu até o quarto de papai e mamãe e gritou:

-Já sei o que vocês ficam fazendo debaixo das cobertas, quando estou dormindo!

Os pais muito espantados com o grito de Dinho, olharam-se em silêncio e riram Dinho disse:

- De novo vão rir de mim?

- Diga, meu filho, o que ia nos dizer. Não se preocupe conosco.

Dinho armou-se de coragem e declarou, gaguejando:

- Depois de muitas investigações, cheguei a uma conclusão muito importante! Já sei o que vocês ficam fazendo debaixo das cobertas, à noite, quando eu estou dormindo! Comendo um delicioso frango assado! E não me dão nem um pedacinho! Sabia que era uma coisa boa! Logo a coisa que eu mais gosto! Frango assado!

E Dinho saiu correndo para contar ao Fá o que havia descoberto, para, é lógico, continuar as investigações.

Estava até achando que era muito legal ser detetive!

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