quarta-feira, 3 de novembro de 2010

"PARA CASA" OU "PARA A MÃE"??




A mãe, à tardinha, cansada do dia de trabalho.

Esperança de chegar em casa e encontrar tudo em ordem.

A casa de pernas pra cima, as crianças de pernas para baixo e  lavadas, roupinhas trocadas.

Talvez o lanche na mesa...

Esperança de achar tudo em paz, não perfeito, mas quase feito.

Quem sabe o caminho traçado para um descanso merecido.

Mas...

Os olhos postos na mesinha de estudos do filho de 7 anos, caderno aberto, branco, sem letra escrita, lhe diz que não é bem assim...

- VOCÊ NÃO FEZ O “PARA CASA”?

Toda a fantasia de fim de dia, descanso, sossego, derrubada no chão daquela realidade mais que palpável!

O garoto com ares malandros, mas assustados...

-Uái, mãe, estava te esperando!

-ME ESPERANDO???

-É, estava te esperando pra fazer o dever comigo...

-A ÚNICA COISA QUE VOCÊ TINHA PRA FAZER A TARDE INTEIRA... EU TRABALHANDO E VOCÊ ESTAVA ME ESPERANDO?

Silêncio, de suposto arrependimento e mal estar. A mãe possessa:

-VOCÊ PENSA QUE O COMPROMISSO DO “PARA CASA” É COMIGO?
O COMPROMISSO É COM A ESCOLA, TÁ OUVINDO?

Aí vem prontamente o que nós analistas chamamos intervenção analítica, correção subjetiva, ou seja, algo desta ordem... um corte!

-Se o compromisso não é com você, por que é que você está tão nervosa?

É mesmo preciso se perguntar e se dar conta de “Para Quem” é o “Para Casa”.

Que endereço tem esse “Para”, a fim de que se situem os lugares da relação... seja ela qual for

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