sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Reflexões para quem queira enxergar!


Fefê tinha andado às voltas com a consulta ao oftalmologista e o processo demorado de encontrar os pequenos óculos (já que ela era pequenina também) que se ajustassem adequadamente à sua face.
O fato de que ela os queria bem lindos, bem coloridos, bem bonitos, pois era uma menininha vaidosa, também fazia parte da busca seletiva e da demora na compra dos óculos.
 Óculos à parte, a demora em encontrá-los deixou Fefê também às voltas com pensar o que seria seu “problema”, a correção dele, etc.
No mais, ela estava como sempre feliz e atenta.
Até que, finalmente, chega Fefê, toda orgulhosa, exibindo os lindos óculos cor de rosa, cheios de florinhas estampadas, no aniversário do tio.
Diz a vovó:
-Que linda você ficou! Ainda não a tinha visto com os óculos novos!
- Obrigada, vovó! diz ela, toda dengosa. Sentada ao lado da vovó, ficou silenciosa.
 Dali a alguns instantes, olhando muito séria para ela, diz:

-Vovó, será que cego pensa?

Neste breve momento entre a pergunta e a resposta, vovó se dá conta do “processo” a que a busca dos óculos e, finalmente, a correção da dificuldade teria provocado nela! Muito trabalho, muito pensar, talvez até, muito medo...

- É claro que cego pensa! Mas deve ser um jeito de pensar diferente de quem enxerga, você não acha?

Mas Fefê não parou por aí...

- E será que o cego sabe que a vida é dele?

Uau!!! Vovó teve certeza que Fefê tinha acabado de descobrir muitas coisas novas, talvez até alguma autonomia e responsabilidade com a vidinha dela.
Ela estava enxergando muita coisa, agora que estava de óculos!

Um comentário:

  1. Oi Angela! Parabéns pelo blog! Adorei as interrogativas da fefe! Grande beijo!

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